Evoti Leal
Viva e cresça a arte do artesanato
Por Evoti Leal
Barbeiro e escritor
Há apenas duas semanas, estive usando este espaço para protestar minha inconformidade com a ausência dos expositores e de público na tradicional Feira de Artesanato de Pelotas, que se instala, desde muitos anos, aos domingos, na avenida Bento Gonçalves em frente ao Parque Dom Antônio Zattera.
No domingo imediato à publicação da crônica a que dei o título "pra onde foram todos?", havia lá montadas umas poucas bancas. Alguns expositores estavam retornando de uma temporada em que haviam estado com seus trabalhos à venda no calçadão da Praia do Laranjal.
Ao nos comunicarmos com esses colegas, sendo acolhidos de uma forma tão amigável e, de modo muito especial, com a nossa nova amiga Daniele Souza, ficamos sabendo que haveria uma grande feira de Páscoa no sábado, dia 30 de março, em outro local.
Logo ela já nos deu um dos contatos para nos inscrevermos e participamos da mesma, a Bianka Benjamin. Esta já nos indicou para a outra organizadora, Sílvia Carvalho, já que seriam duas feiras em uma: a Feira da Estação e a Feira Comunitária, juntas.
Foi aí que tudo mudou de cor e de energia para nós. Um cenário completamente diferente se descortinou à nossa frente, quando chegamos à Praça Coronel Pedro Osório, no coração da cidade. Foi este o palco da mais linda de todas as feiras que já vimos por aqui, com a exposição conjunta dos mais variados trabalhos manuais, feitos por essa classe profissional, nem sempre reconhecida como deveria.
O clima era de festa, pois até música houve, por conta de um DJ contratado pelas organizadoras. Teve até coleta de tampinhas solidárias, com a presença da ONG "Vira Tampa", dando um colorido todo especial.
Podemos dizer que agora, sim, nos encontramos. E como é bom fazer parte de um grupo de pessoas que foram agraciadas com o dom de criar, com arte, peças úteis e belas, únicas, tão únicas quanto as digitais de quem as produz.
Vi, com alegria e um novo entusiasmo, que o artesanato continua em alta e que ainda tem muita gente que o prefere aos produtos similares industrializados, fabricados em séries, na maioria das vezes frágeis e de curta durabilidade.
O meu apelo, agora, é para que os órgãos públicos responsáveis pela chamada indústria do turismo se atentem para aquele ponto tradicional da feira, a avenida Bento Gonçalves, onde pudemos constatar uma outra ausência, de gravíssima repercussão para a feira, que é dos restaurantes instalados nas imediações. No domingo anterior ao da páscoa, em que lá estivemos, desde o início da manhã até o final da tarde, estavam todos fechados. Ora! Como se costuma dizer: "uma coisa puxa a outra". Onde não se tem o que comer, não se tem vontade de passear.
Pelo menos deu perfeitamente para sentir que o povo desta cidade ainda gosta de artesanato, sim. Então, que viva e que cresça esta arte tão bela.
Ah! E para informação dos que estejam menos atentos e que só por acaso estejam lendo este texto no nosso Diário Popular, dia 6 de abril, sábado próximo, novamente estaremos ali, no ponto mais central de Pelotas, esperando os amantes das artes manuais, para enfeitarem seus lares ou darem os melhores presentes a seus amores.
E no domingo, dia seguinte, na avenida, um repeteco.
E que venham todos para este festival de tantas e tão belas artes.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário